A vida é curta e maravilhosa demais para se economizar amor


A vida é curta demais para não se deixar amar. Para não se amar até o coração doer. É curta demais para segurarmos lágrimas, contermos abraços, economizarmos risos. A vida é curta e maravilhosa demais para se economizar amor.

A vida é curta demais para não voar pelo medo de cair, para ter medo de avião, para não dançar quando da vontade. É curta demais para não cortarmos as amarras que nos impedem de ser feliz. É curta para se ter medo do escuro, medo de si mesmo, medo do amanhã.

A vida é curta demais para se guardar rancores porque o ego está ferido, para se poupar de amores pelo medo de se machucar. A vida é curta para não se deixar fugir de vez em quando, para não tomar um banho de sol, não ouvir um passarinho, não beijar uma flor. A vida é curta para não se deixar descobrir e amar cada pedacinho da gente, mesmo aqueles que há muito não veem a luz.

A vida é curta demais para ficarmos dias pensando se algo é certo ou errado e não ouvir o nosso coração. E quando eu digo ouvir o coração não quero dizer das emoções. Pois as emoções são estrondosas, avassaladoras e, muitas vezes, precipitadas e desordenadas. O coração não. O coração fala baixinho, fala manso e de forma suave. Ele é certo e claro.

O coração vê saída onde a gente achava que não existia. Ele dói quando está triste e se esbanja quando está feliz. Pede para afastarmos quando estamos perto de alguém que não nos faz bem e abraça o universo quando se está com alguém que ama.

Ouvir o coração não é fácil. Não nos acostumamos, não sabemos nem mesmo onde procurar. Para se ouvir o coração é preciso calar a mente, deixar tudo que está latente vir e ir. É preciso abrir mão dos julgamentos, das condenações, da procura pelos culpados, mesmo aqueles que estão dentro de nós.  Ouvir o coração é como ouvir o vento. É preciso silêncio, recolhimento, entrega.

Já estive em situações em que o meu coração queria ficar e eu queria ir. E também já estive em situações em que eu queria ficar e meu coração queria ir. Então eu ficava confusa, tentava fazer planilhas, listas, pontos positivos e negativos. Tentava esmagar um pedaço de mim para fazer caber. Cada vez que eu fazia isso meu coração doía, porque ele não quer saber de planilhas, de contas, de um milhão de cálculos. Ele só quer saber de amar. E ele é capaz de abrir caminhos quando precisa. Caminhos que a nossa mente não enxerga, mas ele sabe, porque conhece.

Hoje eu já vejo que não se toma decisões à força. Quantas vezes eu precisei arrancar um pedaço de mim e depois fiquei sangrando.

Quando vem a dor. Uma delas. Qualquer uma. Temos tantas dores. Dores da alma, dores do corpo, dores da mente. Quando vem a dor tudo o que queremos é tirá-la, arrancá-la do peito, custe o que custar.

Nessas horas o coração pede tempo, pede para ser ouvido, para ser abraçado. O coração pede para a gente se alinhar, pede para mostrar o caminho. Por que quando o coração se alinha tudo fica mais fácil, a gente se entrega. Quando há entrega não importa tanto o caminho, mas o simples caminhar.

A vida é curta,
maravilhosa 
e sábia demais para a gente não se deixar amar.

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