Sobre cativar e surpreender

Sempre que penso nas diversas desavenças em relacionamentos, lembro-me de um texto que li no qual o autor explicava sobre as diferentes formas de "se declarar" e receber declarações. A verdade que elas nem sempre coincidem e cada um de nós aprendeu e cultiva formas de amor.

Algumas pessoas se encantam com declarações em público, outras com presentes, carinhos. Algumas demonstram que amam fazendo tarefas diárias para o outro, enquanto os mais criativos inventam surpresas. Podemos ver também aqueles que falam, constantemente.

Não cabe a mim entrar no mérito de cada uma delas. O que venho fazer aqui é sugerir que aprendamos outras formas, que possamos observar mais e cobrar menos. Ao invés de exigir que nosso parceiro(a) descubra e aja sempre de acordo com nossa forma de amor, por quê não aprendemos mais sobre o outro? Será que estamos buscando outras formas de expressar o que sentimos? Será que o outro sente falta de algo?

Penso que uma das belezas de cultivar uma relação duradoura é poder encontrar mais de si ao se dar ao outro. É ver-se pelo reflexo e descobrir nesse reflexo uma versão nova de nós mesmos. E para tal defendo a liberdade e a autonomia.

Em longas relações costumamos nos acostumar, aquietar-nos e definir-nos enquanto um ser imutável. Quantas vezes dizemos ou ouvimos "Mas eu sempre fui assim." "Você gostou de mim assim". Nós mudamos, e devemos a nós mesmos essa permissão de mudar, de sermos uma versão melhor de nós mesmos. Essa versão pode cativar a nós mesmos e cativar nosso parceiro; e assim cada manhã é um novo dia para nos abrir ao que se aperfeiçoará em nós e em nosso companheiro(a).

Então meu convite hoje é abrir-se as diferentes formas de demonstrar amor. Surpreenda quem você ama, surpreenda a si mesmo.

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